O escritor registra tudo o que vê, o que lê, o que aprecia, o que vive, e o que na memória traz esperanças, saudades e lembranças. O escritor pode muito bem contar a sua própria estória, ou a partir de uma observação, reproduzir o que vê. Por exemplo, no prédio onde ele mora, tem aquele vizinho que gosta de morrer aos poucos, cada horário marcado lá está ele, acendendo aquela fumaça contaminadora e não há nada que faça ele desistir de morrer, está convicto que precisa dessa fumaça. Em baixo da janela do primeiro andar, entra aquele cheiro horrível, e a moça que todo dia ao meio-dia prepara o almoço, precisa fechar a janela para não estragar o aroma de sua comida, que está quase pronta a espera de seus filhos e seu marido que chegam para almoçar. Mas, ele não desiste, acho que ainda não chegou a sua hora.
sábado, 31 de agosto de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Meu Pai
"Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor Deus me acolherá." (Sl.27.10)
Calebe era um menino meigo, carinhoso, educado, esperto, mas, ainda não havia entendido a ausência de seu pai. Certo dia ele chega perto de sua mãe e pergunta: "Mãe? Cadê o meu pai, eu nunca o vejo?" A mãe com um choro na garganta responde ao seu filho. Filho o seu pai está sempre perto de você. Não está não mãe, eu não o vejo, ele nunca está aqui. A mãe com muita calma quer que seu filho entenda, e diz: "Sim meu filho, está sim, o seu Pai está sempre perto de você, em todos os momentos, basta acreditar e pedir, que Ele vem pra lhe ajudar.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O Espelho
O espelho traduz o seu rosto, espalha a suavidade de sua alma. O cheiro do banho mistura com sua pele. Penteia o cabelo, olhos atentos para certificar que todos os fios estão no lugar. Lindo! Ela o abraçou, colocando os seus braços envolta de sua cintura, deitou a cabeça em suas costas e ficou observando o seu jeito simples de se arrumar. Ela pensou e disse: "Somos um casal bonito", sabia que dentro do seu coração aquele momento ficara marcado.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Férias em casa
Um quintal com varal, roupas brancas, perfumadas, penduradas, crianças brincando com seus bonecos feito de terra; sorrisos, cantos, gritos, Mãe? Olha a Nina. Menina não mexe com seu irmão.
Pia limpa, assadeira, ovos, farinha, leite, caderno de receita, bolo de chocolate com recheio de coco; forno aquecido. O café está anunciando o seu aroma, a mesa está posta. Meninos vem lanchar.
A porta se abre, entra um, entra dois, entra três; Op's! cadê o pequeno? Tô aqui mãe. Vai lavar o rosto, as mãos; senta aqui, senta ali; Essa cadeira é minha. Não! Essa é a da sua irmã. O leite e o café agora se unem esquentando mais ainda o coração da garotada, o bolo quentinho sai do seu cantinho e se reparte; hum! que delícia, vou querer mais. Quero chocolate, não gosto de café, outro grita quero suco. Meu pão está na chapa? Ai preciso correr, a pia não está mais em ordem.
domingo, 11 de agosto de 2013
O Nascimento
Fraldas, mamadeiras, choradeiras, um sorriso disfarçado, engraçado, será que é pra mim, olhinhos abertos, agora fechado, volta a dormir. Olha o meu tamanho, todo desfeito, coração acelerado, observando atento as maçãs rosadinha do seu pequeno rostinho, uma pele fofinha, macia, e o cheiro que entra no coração. Aquela menininha me adoçou a alma, me trouxe coisas a pensar.
Autora
Ailda Deiró
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Por Martha Medeiros
Todas as relações do mundo possuem sua prateleira de cristais. Há sempre um suspense, uma delicadeza ao transitar pela fragilidade do outro. Melhor não falar muito alto, é mais prudente ir devagar e com cuidado. Para não estragar, pra não quebrar, pra durar por muitos séculos.
Martha Medeiros
domingo, 4 de agosto de 2013
Núpcias
A roupa branca de cetim a cobria como um véu, a sua silhueta desenhada era percebida entre o tecido fino. O perfume do seus cabelos era como os lírios do campo e sua pele aveludada, demonstrava aconchego. Fazia um tempo que a queria, a buscava em seu coração. Agora todo aquele momento estava selado.
Ailda Deiró
Ailda Deiró
sábado, 3 de agosto de 2013
O Acordo
Apreensivo com toda aquela preparação, se entristeceu. Buscou refúgio dentro de si, queria esquecer aquele acordo. O telefone toca, era alto da noite, uma voz adormecida diz alô. Ele pergunta: Será preciso? será o momento? será que eu sou a pessoa certa? Do outro lado só se ouve o silêncio, pois tudo já estava preparado.
Ailda Deiró
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
A Noiva
Trouxeram o vestido, o véu, os sapatos. Na sala da maquiagem, o fervilhar das palavras. Até aquele momento estava tudo indo bem, a autoconfiança se fazia presente. A limusine já deslizava no asfalto e a noiva parecia flutuar em seus pensamentos, não via mais ninguém senão a si mesma. As flores decoravam o salão, a música já havia começado. Todos em silêncio. O altar estava vazio.
Ailda Deiró
Ailda Deiró
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